Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes, Inundações e Movimentos de Massa
No Ceará, inúmeros eventos decorrentes de desastres naturais já foram registrados, tais como: inundações e movimentos de massa na região do Cariri, nos anos de 2004, 2009 e 2011; no Maciço de Baturité e nos municípios inseridos nas Bacias do Rio Acaraú e do Rio Jaguaribe, em 2009.
Visando uma redução geral das perdas humanas e materiais o Governo Federal,
em ação coordenada pela Casa Civil da Presidência da República em consonância com os
Ministérios da Integração Nacional, Ministério das Cidades, Ministério de Ciência e
Tecnologia, Ministério da Defesa e o Ministério de Minas e Energia firmaram convênios
de colaboração mútua para executar em todo o país o diagnóstico e mapeamento das
áreas com potencial de risco alto a muito alto.
O programa, que teve início em 2011, está sendo executado pelo Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, empresa do Governo Federal ligada ao Ministério de
Minas e Energia, com o objetivo de identificar, descrever e classificar as áreas em
risco
alto e
muito alto, com caráter potencial ou instalado, a enchentes e movimentos de
massa.
Resultados Obtidos:
O Município de Pacatuba foi um dos selecionados pela defesa civil estadual para
ser setorizado segundo os aspectos de risco geológico a inundação e a movimentos de
massa no ano de 2016.
Os trabalhos de campo foram realizados com o apoio do Coordenador de
Defesa
Civil Municipal, Sr. Francisco Antônio Nogueira dos Santos, juntamente com os agentes
Jhonata Herison, Valnedir Lourenço, Anderson Menezes e Renata Andrade, que nos
transmitiram suas percepções de risco no município e nos indicaram os locais a serem
avaliados.
Na área urbana do município de Pacatuba foram identificados cinco setores de
risco alto e um muito alto (Figura 01). Em linhas gerais, essas áreas são representadas
por uma ocupação inadequada de áreas situadas às margens de drenagens, submetidas a
enxurradas e inundações, e de áreas de encosta.
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Figura 01: Localização dos setores de risco do município de Pacatuba. |
- A. CE_PACATUBA_SR_01_CPRM - Comunidade Forquilha:
Área sujeita a enxurrada. Casas de alvenaria situadas na base da serra de Pacatuba,
na direção de um talvegue. Em períodos chuvosos, a água escoa com acentuada
velocidade, carreando os detritos dispostos no talvegue, como trocos, galhos e
sedimentos. Em fevereiro de 2015 ocorreu o último grande evento, no qual o nível da
água alcançou cerca de um metro nas casas mais próximas a drenagem.
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Figura 02 - Comunidade Forquilha |
- B. CE_PACATUBA_SR_02_CPRM - Comunidade indígena Monguba:
Área em risco a rolamento de blocos. Trata-se de uma comunidade indígena situada
na base da serra de Pacatuba. As moradias de alvenaria foram construídas sobre depósito
de material já movimentado, com matacões métricos subarredondados. Há histórico de
rolamento de blocos, mas que não chegou a atingir nenhuma residência. A realização dos
cortes para a instalação das construções pode atuar como fator causador de instabilidade.
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Figura 03 - Comunidade indígena Monguba |
- C. CE_PACATUBA_SR_03_CPRM - Pavuna (Rabo da Catita):
Área sujeita a inundação. Casas de alvenaria e de taipa situadas em região
alagadiça, cortada por córregos que abastece o açude gavião. Segundo a defesa civil, em
situação de chuva atípica, a inundação chega a um metro nas casas, havendo histórico de
destruição total de pelo menos duas residências.
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Figura 04 - Pavuna (Rabo da Catita) |
- D. CE_PACATUBA_SR_04_CPRM - Alvorada:
Área sujeita a inundação. Casas de alvenaria situadas na planície de inundação
riacho Alvorada, um afluente do Rio Cocó. Em eventos de chuvas atípicas, como em
2014 e 2015, o nível da água chega a atingir 50cm nas residências. Na região, estão
sendo construídas casas do programa Minha Casa, Minha Vida, porém, segundo a defesa
civil, a canalização feita foi subdimensionada, o que agravará o processo de inundação já
instalado.
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Figura 05 - Alvorada |
- E. CE_PACATUBA_SR_05_CPRM - Alvorada (2) - Açude:
Área sujeita a inundação. Casas de alvenaria situadas na área de influência do
açude. Em eventos de chuva atípica, quando o açude alcança sua capacidade máxima, as
casas são atingidas. Segundo a defesa civil, em 2015, o nível da água atingiu cerca de um
metro nas casas.
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Figura 06 - Alvorada (2) |
- F. CE_PACATUBA_SR_06_CPRM - Parque das Andréas:
Área sujeita a inundação. Casas de alvenaria construídas na planície de inundação
do riacho que atravessa o Ecopark Apoena. Segundo a defesa civil, em eventos de chuvas
atípicas, como o de 2015, o nível da água chega a 30cm dentro das residências.
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Figura 07 - Parque das Andréas |